terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Instituto NUPEM na luta pela Educação Ambiental

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Instituto NUPEM na luta pela Educação Ambiental

Na primeira semana de fevereiro, alunos de graduação de licenciatura e bacharelado em ciências biológicas tiveram a oportunidade de cursar a disciplina eletiva  “Educação Ambiental”, coordenada pelo Prof. Dr. Rafael Nogueira Costa em colaboração com as Professoras Fernanda Antunes Gomes da Costa (Licenciatura em Química), Vanessa Schottz e Rute Costa (Nutrição). Confira as atividades realizadas!
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“A Educação Ambiental é um campo de conhecimento já consolidado, tanto científica quanto institucionalmente, gerando projetos dos mais diversos tipos, desde licenciamento para  atividades poluidoras até ações de conservação da natureza. Com a mudança do projeto pedagógico dos cursos de ciências biológicas que está em andamento no Instituto, a tendência é que esta disciplina se torne obrigatória para nossos alunos de graduação. Apesar do assunto pedir uma abordagem transversal e permanente em todo o curso, o Núcleo Docente Estruturante apostou na proposta da criação da disciplina por ser um espaço para o aprofundamento teórico, possibilitando o surgimento de abordagens orientadas de acordo com os principais marcos legais, científicos e com base nos movimentos sociais. A educação ambiental abrange múltiplas possibilidades, incluindo muitas vertentes e  diferentes perspectivas. Desta forma, programamos, por meio de metodologias ativas e participativas, atividades que versam sobre  pontos importantes deste campo no Brasil” (Prof. Dr. Rafael  Nogueira Costa).

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No primeiro dia do curso,  04 de fevereiro, os alunos foram divididos em grupos para que pudessem pesquisar e aprender sobre a História da Educação Ambiental no Brasil. Cada grupo ficou responsável por investigar uma década dos últimos 60 anos e, então, compartilhar com os colegas o que puderam concluir. “Percebemos que boa parte das ações de Educação Ambiental se consolida a partir de crimes ambientais, chamados de “grande desastres”, como o recente rompimento da barragem de rejeitos de minérios em Brumadinho, o acidente radiológico com o Césio 137 em Goiás, e os casos de derrame de petróleo no Brasil e no mundo. Estes grandes crimes ambientais têm um reflexo na sociedade, que começa a perceber os riscos e os problemas quando a gente não tem um processo de entendimento que a área ambiental é estratégica. E para resolver estes problemas, a educação ambiental começou a ser desenvolvida no mundo inteiro”, afirmou o professor e idealizador das atividades. 

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Na terça-feira, os alunos do curso visitaram o Quilombo Machadinha, situado no município de Quissamã. O grupo foi conduzido por Janaína Pessanha Patrocínio, uma jovem líder quilombola da comunidade. Janaína discorreu sobre a história da comunidade, ressaltando as dificuldades na luta pelo reconhecimento e titulação da terra, que até hoje não foi reconhecida formalmente.  O grupo teve ainda a oportunidade de visitar o Memorial do quilombo e conhecer um casal de produtores quilombola, que, além de abrir as portas de sua própria casa, ensinou aos alunos técnicas de produção agrícola como o cultivo de mandioca e de frutas.

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Já na quarta-feira, 06 de fevereiro, os alunos aprenderam sobre os conflitos socioambientais que envolvem a Restinga da Praia do Pecado. Conduzidos pela servidora do Instituto NUPEM e aluna de mestrado do PPGCiaAC, Astrea Castro, que pesquisa a história e os conflitos da área, os estudantes conheceram a realidade do local. A luta para a criação de uma unidade de conservação – o Parque Natural da Praia do Pecado – já possui mais de 20 anos e sofre com a especulação  imobiliária e com as tentativas de edificação no local.
O movimento pela conservação desta restinga – que conta com animais e plantas em risco de extinção – nasceu na década de 80, mas apenas em 2003 foi legalizado, com apoio dos cidadãos que querem lutar pela preservação das belezas da cidade.
"Hoje, há um fragmento de restinga no meio da cidade. É uma área urbana com elementos naturais e isso só faz melhorar a qualidade de vida da população da cidade. Vivemos hoje um momento ímpar, pois a conexão da academia com as ONGs locais é uma configuração de formação que possibilita múltiplos arranjos positivos para cidade na qual somos atores ativos" (Professor Doutor Rafael Nogueira).

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Ainda na quarta-feira, o grupo participou de uma oficina de fotografia com a fotógrafa Amanda Morais que promoveu reflexões sobre o registro de imagens com base em autores do campo da filosofia e psicologia, o que ela chama de Filografia.

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Na quinta-feira, foi dia de aprender sobre Agroecologia e de visitar a Associação Mico Leão Dourado. Quanto à agroecologia, os alunos aprenderam sobre a história das viveiristas, produtores de mudas de espécies nativas que são plantadas para regeneração da Mata Atlântica e, consequentemente, possibilitando a conservação da natureza.

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Localizada na cidade de Silva Jardim, a Associação de Mico Leão Dourado é uma ONG de preservação da espécie na Mata Atlântica Brasileira e tem caráter científico-sócio-educacional. Além da restauração florestal, com plantio de mudas nativas da Mata Atlântica e corredores florestais, a Associação desenvolve programas de educação ambiental dentro e fora do Brasil, promovendo  a conservação da flora local e toda sua fauna característica, em particular o Mico-Leão-Dourado.

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No último dia os alunos apresentaram suas reflexões a partir das vivências experimentadas durante a semana. As apresentações dos discentes ultrapassaram as expectativas dos docentes. Com narrativas variadas, como poemas, músicas, vídeos, fotografias e textos, os olhares sobre a experiência foram compartilhadas emocionando os presentes no auditório. Esta prática educativa reforça a importância da educação ambiental como campo do conhecimento atual, reflexivo e fundamental para formação de uma geração de profissionais ambientalmente engajados e socialmente inclusivos.  

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