"A reforma da Previdência deve ampliar os direitos dos trabalhadores, não diminui-los".
Essa é a avaliação do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Clemente Ganz Lucio.
“É bem provável que, para fazer a economia que o governo quer fazer, haja um pacto bastante severo sobre os direitos dos trabalhadores, coisa que o movimento sindical tem sido bastante contrário”, disse.
Clemente Ganz Lucio comentou à Rádio Brasil Atual alguns pontos do texto apresentado pelo governo, que será votada na Câmara dos Deputados até junho, segundo estimativas do presidente da Casa, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“A Previdência precisa melhor os benefícios sociais. Esse será um grande embate no Congresso Nacional, e a sociedade precisará se envolver nessa questão, porque os seus direitos e aquilo que lhe dá proteção estarão em debate”, analisou Clemente.
Ainda de acordo com o diretor do DIEESE, o governo ainda não deixou claro se a proposta de idade mínima para se aposentar de 65 anos para homens, e 62 anos para as mulheres, será exclusivo, especialmente na fase de transição, estabelecida em 12 anos.
“Pode ser que os 65 anos para homens seja para quem entrar no mercado de trabalho daqui para frente. Essa transição significa que quem já está trabalhando terá o acesso à Previdência com essa regra da transição, que não é exatamente como é hoje, nem como a pessoa que entrar no mercado”, explica Clemente.
Para Clemente, não haverá reforma da Previdência que reduza o gasto do Estado na dimensão que imagine, sem que isso impacte na redução de direitos. “O governo vai gastar menos e, ao pagar menos, vai garantir menos direitos, seja para os aposentados, seja para os trabalhadores”, completa.
Edição: Guilherme Henrique
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