Em nota, Executiva da CUT diz que tragédia na barragem de
Brumadinho não foi acidente, foi crime. Na nota, a CUT se solidariza com
os trabalhadores e seus familiares e diz que vai lutar por justiça
Publicado: 27 Janeiro, 2019 - 10h32 | Última modificação: 27 Janeiro, 2019 - 11h46
Escrito por: CUT Nacional
CUT
A
Vale do Rio Doce é, mais uma vez, responsável por um desastre criminoso
em Minas Gerais. Não foi uma tragédia. Poderia ter sido evitada com
manutenção, investimentos em itens de segurança e fiscalização. Foi um
crime. A empresa é reincidente e precisa ser punida com severidade. E é
pela punição da Vale, pelo respeito à classe trabalhadora e à comunidade
local que a CUT vai lutar.
As vítimas do rompimento da barragem
da empresa, em Mariana, que ainda clamam por justiça e lutam contra as
manobras judiciais da direção da Companhia para receber suas
indenizações, viram o horror se repetir em Brumadinho, quando outra
barragem da Vale se rompeu, nesta sexta-feira (25).
A nova
tragédia, anunciada e denunciada por entidades dos movimentos sociais,
comunitários e sindical, deve cobrar um preço ainda maior em vidas
humanas. Segundo as informações do Corpo de Bombeiros, 37 mortes já
foram confirmadas e entre 300 a 400 trabalhadores contratados
diretamente pela empresa, terceirizados e moradores estão desaparecidos.
Para a CUT, esse crime é fruto da busca irresponsável por lucros a qualquer preço.
Foi
a ganância que fez os empresários promoveram a flexibilização das leis
trabalhistas na reforma da CLT e que vem sendo aplicada pela Vale, com o
aumento da jornada dos turnos para 12 horas, fim da hora intínere,
aumento da terceirização, diminuição do número de empregados diretos e
aumento da rotatividade que tirou trabalhadores experientes das
operações e a precarização do trabalho dos empregados diretos e
terceirizados.
Não por acaso as empresas de mineração no país,
brasileiras e multinacionais, capitaneadas pela Vale, impediram a
aprovação de todas as propostas sugeridas pela CUT e demais centrais
brasileiras sobre saúde e segurança dos trabalhadores e das comunidades,
durante a votação do Marco Regulatório da Mineração, aprovado em 2018.
Ressaltamos
também que, não por acaso, os acidentes ambientais e de trabalho
multiplicaram por mil depois que a Vale foi privatizada em 1997, o que
demonstra que a principal preocupação dos dirigentes da empresa sempre
foi os acionistas e nunca o bem estar dos trabalhadores, trabalhadoras
ou as comunidades que vivem no entorno das barragens.
Neste
momento, a CUT se solidariza com as famílias dos trabalhadores e
moradores atingidos por mais essa tragédia e se compromete a, juntamente
com os movimentos sociais e da sociedade civil, lutar por justiça para
que os seus dirigentes sejam devidamente responsabilizados e penalizados
por mais esse crime contra a vida dos trabalhadores/as e também com os
moradores e agricultores familiares atingidos pela sua
irresponsabilidade.
Executiva Nacional da CUT
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